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domingo, 16 de janeiro de 2011

O Silêncio é Fértil


«Quem vigia sua boca, guarda sua vida, quem muito abre seus lábios se perde» 
(Provérios 13,3)
O silêncio! Ao contrário do que a maioria pensa, o silêncio não é perda de tempo, não é fuga da palavra construtiva, da ação. As pessoas que revolucionaram o mundo vieram do deserto, onde tiveram a experiência fértil do silêncio: foi no deserto que Moisés aceitou a missão de ir libertar seu povo do Egito. Foi no deserto que Jesus se preparou para sua missão de redentor do mundo. Foi no deserto que Paulo se fortaleceu para as viagens missionárias. Foi no deserto do Saara que Charles de Foucauld, oficial francês, deu a largada de um grande movimento de espiritualidade cristã e humanística.

O deserto é silêncio. O silêncio produz o encontro com o Deus da vida. Quem não passa pela experiência do silêncio, não sentirá a passagem de Deus por sua vida. Vai perder as melhores oportunidades de crescimento pessoal, pois estará sempre mergulhado na agitação do mundo.
Nossa vida precisa de silêncio a fim de que possamos refletir, avaliar nossas atitudes. A criatividade das grandes personalidades foi gerada no silêncio.

Nossas casas são agitadas pelo barulho, e o silêncio transformador é morto pela parafernália eletrônica que nos enche os ouvidos, os olhos, e embota o coração. Fazemos de tudo para fugir do silêncio: é o vazio interior.
Somos tão cercados pelo barulho do som e da imagem, que perdemos a sensibilidade pelas pessoas. Não calando, não ouvimos. Quanto mais o ruído nos dominar os sentidos, menos teremos paciência para escutar alguém. Nossas casas tornam-se ninhos de solidão e insensibilidade, porque perdemos a disposição para a conversa, para o diálogo. A mesa da refeição, lugar favorável para o encontro familiar, fica diante de uma Televisão sempre ligada: pais e filhos se desinteressam da conversa amiga, pois os ouvidos estão concentrados no programa do momento. Assim, as pessoas vão se tornando estranhas, mesmo convivendo sob o mesmo teto.

Somos os grandes prejudicados pela ausência do silêncio, porque acabamos não nos escutando mais. Pior ainda, teremos medo do silêncio que nos coloca frente a frente com nossa consciência, e não conseguimos refletir sobre nossa própria vida, nossas atitudes. No final, teremos medo de nós mesmos. Vem a depressão, o sentimento trágico e destrutivo de estarmos sozinhos no mundo, de não termos quem se preocupe positivamente conosco. A culpa inicial foi nossa, incapazes que fomos de nos preocuparmos com os outros. E o barulho será o remédio para fugirmos de nós mesmos.

O homem que gosta do silêncio é uma pessoa em paz consigo mesmo. A mulher que ama o silêncio é uma pessoa de bem com a vida. Seu silêncio será contemplação feliz da própria existência.
Deus age sempre no silêncio de nosso coração. Sem atenção, sua presença passará despercebida, e o sentiremos sempre mais distante de nós.
Pe. José Artulino Besen

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A ORIGEM DA VIDA CONSAGRADA

O Fundamento da Vida Consagrada é Jesus Cristo. Ele que sendo de condição divina não quis viver segundo a glória que tinha, mas se esvaziou, veio a este mundo, tornando-se um de nós, e em atitude de humildade se entregou até à morte e morte de Cruz (cf fil 2, 1-11s). É Ele próprio quem faz apelo para o seu seguimento: “Jesus subiu ao monte e chamou os que Ele quis escolher e foram até Ele” ( Mc3,13); Constituiu o grupo dos doze para que ficassem com Ele... e os enviou a pregar, com poder de expulsar os demônios e realizar a mesma missão que Ele realizava.


Além do apelo aos discípulos e aos doze, lança convite ao jovem rico, e como condição da vida em perfeição manda deixar tudo, vender os bens e dar aos pobres, isso seriam as condições para o seguimento. E Fala de alguns que renunciam à vida conjugal e abraçam o celibato por causa do Reino de Deus (Mt 19, 12 a 21).Também São Paulo Apóstolo fala que escolheu viver sem casar para facilitar a missão (1cor 7, 7)Nos primeiros tempos do Cristianismo temos o testemunho de homens e mulheres que viviam sem casa em vida de oração e serviço a Deus e aos pobres, bem como o testemunho dos mártires e das virgens que escolhiam morrer preservando a virgindade.


A Vida Religiosa surge como sua primeira forma, no séc III e IV com os Monges do Deserto que buscam viver em oração,silêncio, penitência, jejum e trabalho (Santo Antão, São Basílio, São Pacômio), Mais tarde, São Jerônimo, Santo Agostinho, São Bento. No Séc.XII e XIII São Francisco de Assis e São Domingos, chamadas Ordem dos Mendicantes e a Ordem Feminina, com Santa Clara de Assis.


Assim a Vida Consagrada se expandiu sempre mais através das Congregações Religiosas de Vida contemplativa e ativa. Hoje a ela é chamada a viver sempre mais comprometida com o profetismo, no anúncio, na denúncia, na renuncia e no testemunho, assumindo a fidelidade dinâmica e criativa que lhe é própria, vivendo a radicalidade do batismo, dentro dela mesma, na Igreja, na sociedade através de sua opção preferencial, audaciosa e atualizada pelos empobrecidos e excluídos da sociedade,vivendo a missão de Jesus, sendo sinal para o mundo, anunciando o Reino de Deus. Por sua natureza ela é profética e sempre é chamada a radicalizar seu jeito de viver e anunciar o Evangelho com seu próprio jeito de ser.


É Jesus a sua força, seu sustento, seu alento, sua luz; por isso o Consagrado busca na palavra de Deus, na oração contínua e na Eucaristia o vigor e as graças necessárias para continuar servindo a Deus e aos irmãos e irmãs com alegria, coragem e esperança


Fonte: Por Irmã Eva Maria Nunes