domingo, 26 de dezembro de 2010

Convento São Benedito

     O Convento São Benedito,em Teresina,foi a primeira casa que os Capuchinhos abriram no Piauí.Foi inaugurado em 1941.Ele fica próximo à Igreja São Benedito,cartão postal de Teresina,construída por Frei Serafim de Catânia em 1886.Em Teresina os frades abriram a Pia União do Pão dos Pobres de Santo Antônio e uma Escola,que prestou um bom serviço à educação,mas posteriormente foi fechada.Nos últimos anos é a sede do estudantado de Filosofia.

Os Capuchinhos em Canindé

     A primeira residência Capuchinha no Ceará foi em Canindé.Eles chegaram em 1898 para cuidar da Paróquia e do Santuário de São Francisco das Chagas.Eram frades italianos da Lombardia.Eles construíram um convento,um Colégio Artesanal,onde os jovens podiam aprender,além das matérias teóricas,mecânica, marcenaria,carpintaria e música instrumental.Os Capuchinhos ficaram em Canindé até Abril de 1923,quando eles deixaram a Paróquia e a cidade com todo o complexo que haviam instalado.Em seguida,os Frades Menores assumiram o trabalho em Canindé,onde estão até hoje.

     Ao iniciarem o trabalho em nossa região,os Capuchinhos milaneses receberam um imenso territória que ia do Ceará até os confins do Amazonas.A partir de 1909 os Capuchinhos da Úmbria passaram a trabalhar no Amazonas.

     Em 1966 os Capuchinhos italianos ficaram trabalhando no Pará e no Maranhão,ficando os Capuchinhos brasileiros,por eles formados,trabalhando no Ceará e no Piauí.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

FOMOS ESCOLHIDOS POR DEUS



 “Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça”.
            Estas são palavras do Evangelho; palavras de ternura e de esperança, palavras de vida e de bênção, palavras de alento e de graça, a esta Igreja peregrina que nós somos. É, sem dúvida, o Coração de Deus a desafiar-nos à experiência de uma paz que não passa, de uma serenidade que não está dependente da crise ou das crises em que este nosso tempo se deixou mergulhar!
Temo que diante dos “medos” que se alojaram no nosso coração não sejamos capazes de nos maravilhar com a promessa que vem de Deus; receio que tenhamos perdido a capacidade de nos espantarmos com as possibilidades imensas com que Deus nos quer presentear; corremos o risco perigosíssimo de olhar para Deus e a Sua Graça com os nossos olhos meramente terrenos e mundanos.
Perante o mundo, a sociedade, e até da Igreja, podemos sentir-nos “número”, “imensidão”, “massificação”… Todavia, diante do Coração de Jesus Cristo, somos pessoas, individualizadas, com história e com nome, com rosto e com coração que sente! Somos eleitos, escolhidos, ungidos, para que com toda a credibilidade nos sintamos “amigos” de Cristo. “Amigos” que sabem e experimenta bem essa “seiva” de Amor e de Sangue que alimenta essa mesma amizade…
Uma relação que Cristo quer, sonha, a fim de que esta Igreja que somos seja, no meio do mundo contemporâneo, um testemunho de amor e de “vida em abundância”!
Escolhidos por Jesus Cristo; escolhidos pelo Céu, para que esta nossa humanidade readquira outros contornos, para que esta Igreja redescubra a sua fantástica missão de distribuidora de “frutos” que permaneçam no coração da humanidade.
Se este nosso tempo carece de esperança, seja a Igreja a “força” que rasga desesperos e medos, que destrói comodismos e apatias, que propõe “saída” de vida verdadeira e “fala” com gestos proféticos da fé e da esperança que nos anima: Jesus Cristo Ressuscitado!
Urge a experiência de “permanecer” n’Ele; urge a vontade da intimidade com Ele… apenas assim receberemos a força prometida, o Paráclito, o Espírito Santo, que renova também em nós todas as coisas. Como canta o poeta, “o medo, medo, mata antes de se morrer”!
Escolhidos pelo Mestre avancemos no “mar da história” com propostas de vida e de paz, de justiça e de verdade, que confundem os espíritos mesquinhos, adormecidos e temerosos deste nosso tempo… e os nossos frutos de Evangelho permanecerão no coração dos homens.
Por isso, caros VOCACIONADOS, de modo especial Deus vos chama para a construção de Reino.
Deixo o meu abraço fraterno, fazendo votos de uma feliz e abençoada caminhada na Pastoral Vocacional. Contem comigo para o que der e vier. Somos uma equipe, ou melhor,  um exercito com Cristo.

Frei Alexandre Veloso, OFMcap.
Promotor Vocacional - Teresina  

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Aconteceu no Último Domingo(12),um encontro para tratar da administração do grupo vocacional e avaliar o que aconteceu no ano que se passou.E queremos avisar também que nesta quarta-feira(15),após a Missa das 17:30hs teremos uma confraternização de despedida do nosso promotor vocacional Frei Alexandre Welloso.É importante a presença dos vocacionados,colaboradores e familiares.Paz e Bem!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Papa Silvestre II - Fé e razão

Papa Silvestre II
(Grupo de estudo da PV: Fides et Ratio)

Papa Silvestre II (999-1003), cujo o nome era Gerberto de Aurillac foi um verdadeiro "mártir da ciência" já no século X("idade média").
Silvestre II foi matemático e sábio, sofreu a perseguisão por suas idéias cientificas geniais seis séculos antes de Galileu.
Ele foi um monge francês formado em Barcelona, nasceu em Auvernia, sul da França, em 940.
Silvestre II teve ideias extraordinárias. Mesmo já como Papa seus colegas iam a ele para resolver problemas científicos.
Como matemático ele foi o primeiro que introduziu  sistema numérico arábico e expôs suas vantagens em relação à numeração tradicional romana com as letras I, V, X, L, C, D, M. No entanto, não teve êxito com sua proposta, que acabaria sendo adotada duzentos anos mais tarde.
Sua paixão pela música o fez capaz de projetar a construção de um órgão a vapor na Catedral de Reims. Também inventou diversas máquinas hidráulicas assim como uma tábua de cálculos e um primitivo relógio de pêndulo.

fonte: Uma História que não é contada (Professor Felipe Aquino)

Igreja de São Benedito

Localizada entre as Praças da Liberdade e São Benedito, na área mais central da cidade, é o terceiro templo católico construído em Teresina.Edificada com esmolas e o trabalho do povo,sua pedra fundamental foi lançada em 13 de junho de 1874 e sua sagração se deu em 03 de junho de 1886. A igreja demorou 12 anos para ser concluída. Deve-se a existência do templo a Frei Serafim de Catânia, da ordem dos Frades Menores Capuchinhos,que chegou em Teresina em 10 de maio de 1874.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

CONVOCAÇÃO GERAL

CARÍSSIMOS IRMÃOS: CONVIDAMOS A TODOS DA PASTORAL VOCACIONAL À PARTICIPAREM DA MISSA SOLENE COM O DEFINIDOR DA ORDEM DOS FRADES CAPUCHINHOS FREI JOSÉ GISLON. A SANTA MISSA SERÁ PRESIDIDA POR ELE,NO DIA 04 DE DEZEMBRO ÀS 17:30H,NA PARÓQUIA DE SÃO BENEDITO. TEREMOS A APRESENTAÇÃO DO CORAL VOX POPULI DE TERESINA E EM SEGUIDA UMA CONFRATERNIZAÇÃO NO CONVENTO SÃO BENEDITO. NA OCASIÃO TAMBÉM AGRADECEREMOS PELA CONCLUSÃO DO CURSO SUPERIOR EM FILOSOFIA DOS NOSSOS IRMÃOS FRADES.
ENTRE EM CONTATO, ELE DESEJA CONHECER A TODOS.

domingo, 28 de novembro de 2010

Profissão Temporária dos Freis Danilo, George e Túlio

No dia 21 de novembro de 2010, domingo em que celebramos a Solenidade de Cristo Rei do Universo, a Província São Francisco das Chagas do Ceará e Piauí viveu um momento importante, em que os três noviços que foram acompanhados desde novembro do ano passado (2009) foram admitidos como frades através da sua Profissão Temporária. São eles: Frei Túlio Araujo Ponte Ximenes, Frei Francisco Danilo Fonteles e Frei George dos Santos Lima.


A profissão dos mesmos ocorreu na fraternidade do noviciado, em Lagoa de São Francisco, Piauí, no Santuário São Francisco, com a presença de confrades das fraternidades de Teresina, Sobral e Fortaleza (Pirambu, Messejana e Coração de Jesus), além de familiares e amigos dos profitentes, das irmãs ursulinas e muitas pessoas da comunidade local.


Na concelebração, presidida pelo ministro provincial, Frei Henrique Araújo, concelebrada pelo vigário provincial, Frei Sérgio Viana, com a participação do mestre de noviços, Frei Gildásio Ferreira, estes expressaram aos novos confrades seus votos de uma feliz caminhada, animados pela graça de Deus e motivados em viver com fidelidade o nosso carisma capuchinho.

sábado, 30 de outubro de 2010

OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA


Os sete Sacramentos da Igreja

O Baptismo
A Confirmação
A Eucaristia
A Penitência,
A Unção dos Enfermos
A Ordem o Matrimónio.


O SACRAMENTO DO BATISMO

252. Quais os nomes do primeiro sacramento da iniciação?
1213 – 1216
1276 – 1277

Antes de mais, chama-se Batismo por causa do rito central com que é celebrado: batizar significa "imergir" na água. O que é batizado é imerso na morte de Cristo e ressurge com Ele como "nova criatura" (2 Cor 5,17). Chama-se também «banho da regeneração e da renovação no Espírito Santo" (Tit 3,5) e "iluminação", porque o baptizado se torna "filho da luz" (Ef 5, 8).

253. Como é prefigurado o Baptismo na Antiga Aliança?
1217-1222

Na Antiga Aliança encontram-se várias prefigurações do Batismo: a água, fonte de vida e de morte; a arca de Noé, que salva por meio da água; a passagem do Mar Vermelho, que liberta Israel da escravidão do Egipto; a travessia do Jordão, que introduz Israel na terra prometida, imagem da vida eterna.

254. Quem conduz ao cumprimento tais prefigurações?
1223-1224

É Jesus Cristo, o qual, no início da sua vida pública, se fez batizar por João Batista, no Jordão: na cruz, do seu lado trespassado, derramou sangue e água, sinais do Batismo e da Eucaristia, e depois da Ressurreição confia aos Apóstolos esta missão: "Ide e ensinai todos os povos, baptizando-os no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28, 19-20).

255. Desde quando e a quem é que a Igreja administra o Batismo?
1226 – 1228

Desde o dia de Pentecostes que a Igreja administra o Batismo a quem crê em Jesus Cristo.

256. Em que consiste o rito essencial do Batismo?
1229-1245
1278

O rito essencial deste sacramento consiste em imergir na água o candidato ou em derramar a água sobre a sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

257. Quem pode receber o Batismo?
1246 - 1252

É capaz para receber o Baptismo toda a pessoa ainda não batizada.

258. Porque é que a Igreja batiza as crianças?
1250

Porque tendo nascido com o pecado original, elas têm necessidade de ser libertadas do poder do Maligno e de ser transferidas para o reino da liberdade dos filhos de Deus.

259. O que se requer dum batizando?
1253-1255

Ao batizando é exigida a profissão de fé, expressa pessoalmente no caso do adulto, ou então por parte dos pais e da Igreja no caso da criança. Também o padrinho ou madrinha e toda a comunidade eclesial têm uma parte de responsabilidade na preparação para o Batismo (catecumenado), bem como no desenvolvimento da fé e da graça bapismal.

260. Quem pode batizar?
1266.

Os ministros ordinários do Batismo são o Bispo e o presbítero; na Igreja latina, também o diácono. Em caso de necessidade, qualquer pessoa pode batizar, desde que entenda fazer o que faz a Igreja e derrame água sobre a cabeça do candidato, dizendo a fórmula trinitária baptismal: "Eu te batizo em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo".

261. É necessário o Batismo para a salvação?
1257

O Batismo é necessário para a salvação daqueles a quem foi anunciado o Evangelho e que têm a possibilidade de pedir este sacramento.

262. É possível ser salvo sem o Batismo?
1258-1261
1281-1283

Porque Cristo morreu para a salvação de todos, podem ser salvos mesmo sem o Batismo os que morrem por causa da fé (Batismo de sangue), os catecúmenos, e todos os que sob o impulso da graça, sem conhecer Cristo e a Igreja, procuram sinceramente a Deus e se esforçam por cumprir a sua vontade (Batismo de desejo). Quanto às crianças, mortas sem Batismo, a Igreja na sua liturgia confia-as à misericórdia de Deus.

263. Quais são os efeitos do Batismo?
1262-1274
1279-1280

O Batismo perdoa o pecado original, todos os pecados pessoais e as penas devidas ao pecado; faz participar na vida divina trinitária mediante a graça santificante, a graça da justificação que incorpora em Cristo e na Igreja; faz participar no sacerdócio de Cristo e constitui o fundamento da comunhão entre todos os cristãos; confere as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo. O batizado pertence para sempre a Cristo: com efeito, é assinalado com o selo indelével de Cristo (carácter).

264. Que significado assume o nome cristão recebido no Batismo?
2156-2159
2167

O nome é importante, porque Deus conhece cada um pelo nome, isto é, na sua unicidade. Com o Batismo, o cristão recebe na Igreja o próprio nome, de preferência o de um santo, de maneira que este ofereça ao baptizado um modelo de santidade e lhe assegure a sua intercessão junto de Deus.

(Fonte: CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA Compêndio)

Por Frei Alexandre

O CHAMADO DE CRISTO JESUS

Ao lermos os Evangelhos, podemos encontrar alguns exemplos de chamados que Jesus fez e que foi correspondido, como por exemplo, quando Jesus chama Mateus: “Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, que estava sentado no posto do pagamento das taxas. Disse-lhe: Segue-me. O homem levantou-se e o seguiu” (Mt 9,9). Podemos ver que prontamente Mateus respondeu ao chamado de Cristo.
 Entretanto, encontramos também exemplos de vocações que não foram correspondidas, como é o caso da do jovem rico.
 “Um jovem aproximou-se de Jesus e lhe perguntou: Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?” (Mt 19,16) Vemos neste versículo que um jovem toma a iniciativa de perguntar a Jesus sobre um assunto importante: a vida eterna, ou seja, como conquistar a vida eterna?
 O diálogo continua entre os dois: “Disse-lhe Jesus: ‘(...) Se queres entrar na vida eterna, observa os mandamentos’. ‘Quais?’ perguntou ele. Jesus respondeu: ‘Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não dirás falso testemunho,honra teu pai e tua mãe, amarás teu próximo como a ti mesmo’” (Mt 19,16-19).
Jesus responde ao jovem com uma pequena lista de mandamentos, todos relacionados ao próximo: não matar, não cometer adultério, não roubar, não levantar falso testemunho, honrar pai e mãe, enfim, amar o próximo como a si mesmo. Diante desta proposta de Jesus o jovem responde com convicção e, porque não, orgulho: “Disse-lhe o jovem: ‘Tenho observado tudo isto desde a minha infância. Que me falta ainda? ’” (Mt 19,20)
 Podemos dizer que ele era um exemplo de jovem religioso, era, como se diz, o filho que toda mãe gostaria de ter, vivia com fidelidade todos os deveres da religião judaica, e isso desde a sua infância.
 Jesus percebe a sua convicção de ser fiel nos cumprimentos da fé e então Ele faz o chamado:
“Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!” (Mt 19,21)
 Essa proposta de Jesus é importantíssima, pois se analisarmos, por exemplo, a resposta que Jesus dá ao doutor da lei quando lhe perguntou qual era o maior mandamento da lei de Deus, Ele respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito (Dt 6,5). Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18). Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas” (Mt 22,36-40).
Porque Jesus não disse ao jovem que uma condição para entrar na vida eterna era amar a Deus sobre todas as coisas? Eis aí o segredo da proposta que Jesus fez ao jovem quando lhe disse: “Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá-os aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me!” Por traz desta proposta de Jesus está o chamado a ter Deus em primeiro lugar na vida, está o chamado à primazia de Deus. Quando respondemos ao chamado do Senhor, nós estamos nos dispondo a investir a vida para amar a Deus sobre todas as coisas.
Jesus viu que o jovem era sincero ao dizer que já observava os mandamentos, ele dizia a verdade, mas o Senhor viu que lhe faltava uma coisa: a primazia de Deus, cumprir todos os mandamentos por amor a Deus, e não por amor a si mesmo, ou para ser um exemplo de pessoa que cumpre tudo direitinho. Jesus percebeu que faltava o amor a Deus. A proposta de tudo deixar e seguir Jesus seria a prova de que ele estava disposto a tudo pela vida eterna, era a prova de que ele realmente estava disposto a tudo fazer para amar a Deus, mas, infelizmente, diante desse chamado do Senhor o Evangelho nos mostra qual foi a reação desse jovem: “Ouvindo estas palavras, o jovem foi embora muito triste, porque possuía muitos bens” (Mt 19,22).

Outro exemplo de jovem
Ainda nos Evangelhos, podemos encontrar o exemplo de uma outra pessoa que, ao ser chamada por Cristo, respondeu prontamente: o evangelista João, que segundo os especialistas, era o mais jovem dos apóstolos. Assim, acabamos de ver o exemplo de um jovem que disse não ao chamado de Deus e agora veremos outro que disse sim ao chamado que recebeu: “Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo. Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram.” (Mc 1,19-20)
 Podemos ver que como Pedro e André, João e seu irmão Tiago eram também pescadores. Entretanto, é importante prestarmos atenção a um detalhe que encontramos no Evangelho de Lucas: “O mesmo acontecera a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus sócios. Então Jesus disse a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. E atracando as barcas à terra, deixaram tudo e o seguiram.” ( Lc 5, 10-11)
Embora esses quatro homens fossem pescadores, eles não eram pescadores quaisquer. Segundo alguns estudiosos, à luz também dessas palavras do Evangelho de Lucas, eles tinham uma Companhia de Pesca, ou seja, eles tinham certa estrutura econômica e social, até porque naquele tempo a pesca era um grande meio de sustento, como ainda o é hoje em muitos lugares. João fazia parte desta Companhia, era um jovem trabalhador, cheio de projetos, como todo jovem, mas diante do chamado que o Senhor fez, ele tudo deixou para segui-Lo. Ele percebeu que só Jesus poderia realmente realizá-lo em sua existência e diante desse chamado ele não titubeou e deu seu sim.

(Fonte: Comunidade Shalom).

FREI ALEXANDRE, OFMCAP.
TERESINA - PIAUÍ

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Diálogo entre católicos e ortodoxos sobre primado do Papa

 
VIENA, quinta-feira, 30 de setembro de 2010 (ZENIT.org) - Uma das questões centrais que provocou há quase mil anos o cisma entre as Igrejas Ortodoxas e Roma, o primado do Papa, converteu-se no centro da fase atual do diálogo teológico entre católicos e ortodoxos em busca da unidade plena.
"O papel do bispo de Roma na comunhão da Igreja no primeiro milênio" foi precisamente o tema da 12ª sessão plenária da Comissão Mista Internacional para o Diálogo entre a Igreja Ortodoxa e a Igreja Católica, realizada em Viena de 20 a 27 de setembro.
A reunião continuou trabalhando na redação de um documento conjunto, que começou a ser elaborada em 2009, durante a assembleia plenária do ano passado, celebrada em Pafos, Chipre.
"Nesta fase - revela o comunicado conjunto emitido pelos representantes católicos e ortodoxos no final do encontro -, a Comissão está discutindo este texto como um documento de trabalho e foi decidido que o texto deveria ser revisado. Foi decidido também formar uma subcomissão para começar a considerar os aspectos teológicos e eclesiásticos do primado em sua relação com a sinodalidade."
As comissões ortodoxa e católica sabiam perfeitamente, em 2007, quando foi decidido enfrentar a questão do primado do bispo de Roma em suas reuniões, que não resolveriam em poucos meses ou anos a questão mais decisiva do grande cisma do Oriente que separou o cristianismo em 1054. A reunião de Viena mostrou que, embora o caminho seja longo, a vontade de avançar é do interesse de católicos e ortodoxos, o que já foi visto como algo importante.
Em 24 de setembro, os dois copresidentes concederam uma coletiva de imprensa; por parte católica, o arcebispo Kurt Koch, novo presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos; e da parte ortodoxa, o metropolitano João Zizioulas de Pérgamo.
Este último constatou que "neste momento não há nuvens de desconfiança entre nossas duas igrejas. Nossos antecessores, em especial os responsáveis de ambas as igrejas, tanto por parte católica como ortodoxa, prepararam o caminho para uma discussão amigável e fraterna. E este espírito prevaleceu em nossas discussões".
"E por isso - acrescentou o representante ortodoxo - desejo assegurar que se continuarmos assim, Deus encontrará um caminho para superar as dificuldades que restam, e levará à plena comunhão nossas duas igrejas - as igrejas mais antigas, que compartilham o mesmo passado ecumênico, as mesmas tradições, o mesmo sentido da Igreja."
O arcebispo Koch, tocando na questão do primado do bispo de Roma, recordou que Joseph Ratzinger já havia afirmado, numa famosa conferência, pronunciada em Graz, em 1976, que "não podemos esperar mais da Ortodoxia o que se vivia no primeiro milênio".
"Portanto, a discussão fundamental é sobre como estas igrejas viviam no primeiro milênio e como podemos encontrar um novo caminho comum hoje. Esta discussão necessita de espaços de liberdade e paciência."
"Sei que algumas pessoas podem estar impacientes, mas a paciência é uma expressão do amor - garantiu o prelado suíço. As pessoas sabem, por experiência, o significado de duas pessoas que se separarem num matrimônio. E nós levamos mil anos de separação. Devemos e queremos empreender novos caminhos, pois Jesus nos deu a missão de viver juntos."
Na homilia, que o cardeal Christoph Schönborn, arcebispo de Viena, dirigiu na catedral da cidade durante a Eucaristia celebrada pelos membros católicos, na presença dos ortodoxos, explicou que "temos e necessitamos de um primado no sentido canônico, mas sobre ele está o primado da caridade. Todas as disposições canônicas na Igreja servem a este primado do amor".

fonte: Zenit

Segue um vídeo sobre ecumenismo com a Igreja Ortodoxa (Em espanhol-español)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Entrevista com frade Rubén Tierrablanca da fraternidade de Istambul



Por Chiara Santomiero
ROMA, sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- “Para ir a Istambul é necessária uma grande imaginação”. Este foi o “slogan” criado pelo frade Rubén Tierrablanca, então guardião da casa geral dos Frades menores em Roma, quando há alguns anos aceitou o convite para criar com dois outros companheiros a Fraternidade Internacional de Istambul, Turquia, para a promoção do diálogo ecumênico e inter-religioso.
Frade Tierrablanca discutiu esse assunto com ZENIT, quando se aproxima o sexto aniversário de nascimento da comunidade e do projeto ligado a ela.
–Em que consiste o projeto?
–Frei Tierrablanca: Há vários anos, a Ordem Franciscana, presente na Turquia desde o século XIII, pensava em uma presença que promovesse de modo especial o diálogo ecumênico e inter-religioso, a exemplo de São Francisco e de seu encontro com o sultão Malik-al-Kamil, em Damietta, em 1219. A presença de várias Igrejas cristãs – greco-ortodoxa, armenia, síria, protestante em suas diversas denominações – faz de Istambul um lugar especialmente adequado para a promoção do diálogo ecumênico. Com naturalidade, disso advém a abertura do encontro com as comunidades muçulmanas e judaicas.
Os tempos para a realização do projeto amadureceram em setembro de 2003, quando nos encontramos, primeiro três, logo foram quatro, no convento de S. Maria Draperis, no bairro central de Pera, para iniciar essa aventura. Acolhemos como um sinal da Providência que os quatro frades menores que se encontraram ali fossem provenientes de quatro países e continentes diversos: Coreia (Ásia), Congo (África), França (Europa) e México (América).
Já a partir de nós se faz real o desafio de uma convivência entre culturas e línguas diversas, em um país que não é de nenhum dos quatro. A fraternidade foi inaugurada oficialmente em fevereiro de 2004 pelo ministro geral, frei José Rodríguez Carballo.
–Quais atividades desempenharam?
–Fr. Tierrablanca: Em diversos âmbitos. Sobretudo, queremos ser presença franciscana para a relação com as Igrejas cristãs. Esta disponibilidade se traduz na atenção para as festividades, cerimônias religiosas, eventos relevantes vividos por cada Igreja e na organização de momentos comuns de contraste e oração.
Acabou de terminar a semana de intercessão pela unidade dos cristãos durante a qual, como habitualmente em todas as partes, houve celebrações em diversas igrejas. Foi bonito constatar não só uma maior participação dos fieis, mas também uma maior mistura entre eles e a presença nas celebrações em diferentes igrejas. Pela primeira vez, também nessa ocasião as Igrejas orientais estão usando o idioma turco para a oração, e não o grego ou o sírio: não são passos de pouca importância. De maneira progressiva, se adquire cada vez mais confiança um nos outros.
A fraternidade de Istambul tem também o objetivo de ser presença franciscana em busca da relação com o Islã. Ainda que não somos considerados especialistas na matéria, realizamos um estudo constante e profundo das religiões com as quais entramos em contato.
Outro empenho é oferecer aos irmãos de todo o mundo períodos de formação sobre o diálogo ecumênico e inter-religioso. A experiência direta de viver junto a outras Igrejas e comunidades religiosas permite entrar mais facilmente no espirito do diálogo. São abertos a quem quiser e acontecem em outubro, normalmente de 17 a 28, por que no dia 27 há uma oração inter-religiosa no espirito do encontro de Assis, querido naquela tempo por João Paulo, em 1986.
O último aspecto de nossa atividade é levar fora da Turquia – ali onde nos convidam a fazer – reflexões sobre nosso caminho aqui.
–Muitos projetos...
–Frei Tierrablanca: E projetos para se sonhar. Com espírito franciscano: nada se ensina, mas se aprende muito.
Dos projetos elaborados em um escritório, frequentemente derivam desilusões. Talvez não encontramos tudo o que esperávamos ao vir aqui, porém muito mais do que desejávamos. Descobrimos o desejo de todos os cristãos de ter um contato e esta é benção de ser poucos.
O diálogo com o Islã nem sempre é fácil, mas na Turquia há boas relações de amizade em comparação com outros países.
–Não pesa ser uma minoria?
–Frei Tierrablanca: Nem sempre onde estão garantidas todas as possibilidades de expressão, a Igreja é a mais autêntica e forte. Aqui é dada a nós uma oportunidade de especialização radical da fé através do reconhecimento de que somos irmãos em Cristo, mantendo atenção e espírito na fé trinitária e com a Eucaristia como ponto de referência especial.
Veneramos juntos os santos do calendário católico e da Igreja oriental: isso abre à riqueza da tradição cristã, é como a comunhão dos santos. Sendo poucos temos a possibilidade de conhecer a todos, e caminhar juntos com o desejo de ser uma presença significativa.
A situação de minoria se converte em uma graça e a vocação religiosa e cristã se purifica e se aprofunda. São rompidas todas as estruturas mentais sobre o “sim” e “como”. Uma coisa que não havia nunca sonhado antes.
–Há restrições em sua atividade?
–Frei Tierrablanca: Purificar a fé significa também estabelecer a ordem das propriedades. Por lei – vale para todos, até mesmo o Islã –, fora dos lugares de oração está proibida toda atividade religiosa, exceto a voz do imame e o som dos sinos. É proibido celebrar nos hospitais, por exemplo, ou em escolas, e as procissões a céu aberto também são proibidas, mas você não pode dizer que uma fé manifestada desta forma é menos significativa.
É certo que existem dificuldades. Nos últimos anos, o grande crescimento da industrialização criou zonas habitadas fora das cidades, onde vivem também cristãos e católicos que não têm igrejas. Eles não podem vir sempre ao centro. Nós podemos visitar as famílias, porém não mais de uma vez, senão essa atividade é entendida como proselitismo e corre-se o risco de expulsão.
Mas não vivemos tudo isso com o peso que parece ter: por outro lado, nem Jesus nem Paulo mudaram o império romano. Limitaram-se a ir adiante.
O espírito franciscano é simples, alegre e respeitoso. Somos convidados e agradecemos a acolhida deste país. As limitações não nos impedem de viver nossa fé. As regras nos dão espaço para fazer as coisas que se podem fazer.
–Em outubro, acontecerá o sínodo sobre o Oriente Médio. Que itinerário de preparação está previsto?
–Frei Tierrablanca: Temos lido o documento de trabalho do sínodo e estamos programando o itinerário de reflexão sobre o texto. Justamente nesses dias houve um encontro das três casas da família franciscana – frades menores, conventuais e capuchinhos – para fazer um congresso juntos.
Com vistas ao sínodo, foi pensado também em uma reflexão comum com os muçulmanos, mas talvez o projeto é demasiado ambicioso. Foi, no entanto, proposto um encontro no meio de setembro junto a expositores da comunidade muçulmana e professores universitários para uma reflexão sobre os valores espirituais que tenham enfoque mais pastoral que doutrinário, de maneira que se coloque no centro a vida concreta das pessoas e de todos nós.
Espero que o sínodo nos ajude a amadurecer um pensamento compartilhado sobre as necessidades mais evidentes hoje na vida de nossas comunidades: a necessidade de voltar às raízes da fé para renovar a Igreja na Turquia e a necessidade de ampliar o diálogo ecumênico e inter-religioso em todos os níveis, não somente no institucional.
–O senhor é mexicano e esteve um bom tempo em Roma. Como se encontra nessa nova e complexa realidade?
–Frei Tierrablanca: Eu redescobri a alegria de me “manifestar” como cristãos. Aqui um “rahiq”, um consagrado, é muito estimado pelas pessoas, porque há um grande respeito pela consagração a Deus, para além da religião que pertence.
Quem me conhece sabe que digo frequentemente: “Eu nasci aos 50 anos, quando vim para Istambul”.

fonte: Zenit

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A ORIGEM DA VIDA CONSAGRADA

O Fundamento da Vida Consagrada é Jesus Cristo. Ele que sendo de condição divina não quis viver segundo a glória que tinha, mas se esvaziou, veio a este mundo, tornando-se um de nós, e em atitude de humildade se entregou até à morte e morte de Cruz (cf fil 2, 1-11s). É Ele próprio quem faz apelo para o seu seguimento: “Jesus subiu ao monte e chamou os que Ele quis escolher e foram até Ele” ( Mc3,13); Constituiu o grupo dos doze para que ficassem com Ele... e os enviou a pregar, com poder de expulsar os demônios e realizar a mesma missão que Ele realizava.


Além do apelo aos discípulos e aos doze, lança convite ao jovem rico, e como condição da vida em perfeição manda deixar tudo, vender os bens e dar aos pobres, isso seriam as condições para o seguimento. E Fala de alguns que renunciam à vida conjugal e abraçam o celibato por causa do Reino de Deus (Mt 19, 12 a 21).Também São Paulo Apóstolo fala que escolheu viver sem casar para facilitar a missão (1cor 7, 7)Nos primeiros tempos do Cristianismo temos o testemunho de homens e mulheres que viviam sem casa em vida de oração e serviço a Deus e aos pobres, bem como o testemunho dos mártires e das virgens que escolhiam morrer preservando a virgindade.


A Vida Religiosa surge como sua primeira forma, no séc III e IV com os Monges do Deserto que buscam viver em oração,silêncio, penitência, jejum e trabalho (Santo Antão, São Basílio, São Pacômio), Mais tarde, São Jerônimo, Santo Agostinho, São Bento. No Séc.XII e XIII São Francisco de Assis e São Domingos, chamadas Ordem dos Mendicantes e a Ordem Feminina, com Santa Clara de Assis.


Assim a Vida Consagrada se expandiu sempre mais através das Congregações Religiosas de Vida contemplativa e ativa. Hoje a ela é chamada a viver sempre mais comprometida com o profetismo, no anúncio, na denúncia, na renuncia e no testemunho, assumindo a fidelidade dinâmica e criativa que lhe é própria, vivendo a radicalidade do batismo, dentro dela mesma, na Igreja, na sociedade através de sua opção preferencial, audaciosa e atualizada pelos empobrecidos e excluídos da sociedade,vivendo a missão de Jesus, sendo sinal para o mundo, anunciando o Reino de Deus. Por sua natureza ela é profética e sempre é chamada a radicalizar seu jeito de viver e anunciar o Evangelho com seu próprio jeito de ser.


É Jesus a sua força, seu sustento, seu alento, sua luz; por isso o Consagrado busca na palavra de Deus, na oração contínua e na Eucaristia o vigor e as graças necessárias para continuar servindo a Deus e aos irmãos e irmãs com alegria, coragem e esperança


Fonte: Por Irmã Eva Maria Nunes